domingo, 20 de abril de 2008

Pobreza

A exibição formal da Primeira Lei ocorreu sem maiores transtornos. Com ela, afinal, os alunos já se encontravam devidamente familiarizados através de outras disciplinas nas quais seu uso é lugar comum. A conservação de energia é uma ferramenta básica do cientista da natureza, embora quando efetivamente estudando termodinâmica pela primeira vez ele perceba o quão pequena é sua capacidade de visualizá-la, de conceituá-la e de fundamentá-la. Ainda assim, o trauma, embora intenso, é rapidamente superado.

Chega então o momento de apresentar a Segunda Lei, e com esta uma breve lista de decorrências tão simples na dedução quanto complexas nas conseqüências. Entropia. Uma nova propriedade. Assim como temperatura, pressão, volume. Um valor associado a um determinado estado. Porém entropia surgindo do nada! Não se conservando portando! Como assim? Rendimentos inerentemente limitados? Imperfeições aparentes que estão já no limite do possível. A perfeição absoluta como qualquer coisa menor que cem por cento.

Tudo isso uma medida da desordem, uma régua da irreversibilidade. E ficam todos então um tanto quanto sem entender porque a natureza é assim, embora sem sombra de dúvidas seja geral o espanto e a admiração pelo fato de que ela efetivamente assim o é.

E no contexto das leis que se mostram irrevogáveis na caminhada pelo caos, vemos que a medida correta de orientação de trabalho é capaz de um aparente absurdo do impossível e fazer a temperatura ir do frio para o quente. Uma geladeira. Com a inserção orientada de uma quantidade devida de trabalho, tem-se uma geladeira.

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