segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Arquiteturas

O sofá da sala e a cama. Ambos chamados de móveis domésticos ainda que em suas funções devam permanecer, essencialmente, imóveis. Estranhezas do nosso idioma. Dois domínios de descanso mas com funções profundamente distintas. A cama tem a vantagem de não ter a TV diante de si. Sou cada vez mais contra a TV. Não porque a ache fútil. Mas porque eu acho que as pessoas não têm mais responsabilidade para curtir o fútil sem vício. Dizer o mesmo sobre a cama? Não, ainda não. A cama é mais inocente. Seu lugar em nossas vidas é mais claro, mais delimitado. A cama é mais inocente. Por isso mesmo, pela inocência dela, cada vez mais prefiro ir para a cama. Ler um livro. Ver um vídeo no computador. Escrever um pouco. Vou tirar o sofá da sala. Preciso de um projeto arquitetônico diferente. Vou tirar as preguiças viciantes da minha mente. Preciso reaprender a conviver com minhas preguiças.

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