Dei aula de inglês para o Leandro uns três ou quatro anos atrás. Poucas aulas. Ele precisava de um mínimo de inglês para encarar uma entrevista. E, na época, eu estava atrás de outro trabalho também e as aulas estavam começando a ficar irregulares. Semana sim. Semana não. Trocávamos o dia. Leandro era um garoto animadíssimo. Estava sempre sorrindo. Nunca estava reclamando. Calor. Multidão. Salário ruim. Chefe pau-no-cú. Não. Ele não reclamava dessas coisas. Ele procurava os motivos para sorrir. Era uma aula em que, ao invés de eu ficar mais cansado, me deixava renovado. Era uma distração boa.
Fiquei sabendo pelos comentários no Facebook. Hoje o Leandro simplesmente não acordou. Foi dormir e não acordou mais. Gisele, que é também uma ex-aluna e quem me havia apresentado o Leandro, estava inconsolável. Absolutamente inconsolável. Eu liguei para ela. Mas acho que eu liguei só para confirmar que se tratava de uma mentira. Um engano. Uma notícia mal interpretada. Mas era verdade. E eu não soube mais o que falar. Fica bem? Sinto muito? Não há o que falar.
Ainda estou com esse amargo na boca. A vida é muito injusta.
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