terça-feira, 3 de março de 2015

Diplomacia

Eu não pertenço a nenhum desses hectares todos. Fico no alojamento, anônimo. E, ousado, saio às cinco da manhã para caminhar. A matilha escuta o barulho destoante da rotina. Alerta. Latidos vindos da escuridão em direção à minha apreensão. Vinham mostrando os dentes, rosnando, assustando. Agachei-me e estendi a mão, para cheirarem. Pararam a um metro de mim, desconfiados. Aguardaram um pouco. Aproximaram-se. Cheiraram minha mão. E responderam à minha ausência de hostilidade ou de fuga de um jeito simples: dali adiante, me ignoraram. Quando as civilizações vão aprender a fazer o mesmo?

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