sábado, 28 de março de 2015

Sonhos

As represas esvaziando. E aí quando cai uma chuva sobre a metrópole não sobra tempo para comemorações. Carros se amontoam entre postes, árvores e paredes, carregados pela correnteza súbita. Árvores despencam. Trens e metrôs param. Pessoas morrem afogadas. Fios elétricos despencam e salteiam ricocheteando no chão como serpentes ferozes em busca de vítimas. Um caos. Não sobra espaço para as devidas comemorações. A chuva é uma maravilha bem vinda. E a cidade ser assim tão passível de efeitos negativos por parte da água apenas demonstra nossa total indiferença à água. Vivemos, construímos nossas cidades, cuidamos de nossas ruas, efetivamente como se a chuva não fosse vir nunca. Nossa coletividade é profundamente irracional, por mais que gostemos de pensar o contrário.

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