sexta-feira, 13 de março de 2015

Rápido demais

Sempre acordo cedo. Ainda quando tá sem sol lá fora. Estico os músculos, saio lá no resto do sereno da manhã. Compro os primeiros pães quentinhos. Preparo o café. Já coloco o açúcar sobre o pó preto, no coador. Do jeito antigo. Como minha mãe preparava, sobre o fogão a lenha. Olho o céu, aqui ainda tem horizonte. Olho lá longe. Onde estão meus filhos? Tem dois meses já que falei com o mais velho. Os outros, mais ainda. Tenho coisas para cuidar. Escritura da casa do irmão mais velho, que morreu não tem muito. A vida está passando. O que estão fazendo meus filhos? Eu lembro deles ainda pequenos. Trazendo os cadernos da escola com dúvidas nas lições. E eu desesperado para conseguir ajudá-los. Não tinham segurança para separar sílabas e agora moram em outros continentes. Quando foi que aprenderam tanto?

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