sexta-feira, 27 de março de 2015

Indiferença

Um administrador de empresas. Pacaembú, zona oeste de São Paulo. José Paulo Machado, quarenta e sete anos. Choveu na cidade de São Paulo no dia vinte e cinco de fevereiro de dois mil e quinze. Um fio elétrico caiu. O que poderia ser mais desprovido de significado, na vida de alguém? Mas o fio caiu sobre seu carro. Treze mil volts subitamente cruzando o corpo do homem. O noticiário diz apenas: "a chuva fez uma vítima ontem". Ele tinha família? E os amigos dele? Ele era uma boa pessoa? Tinha irmãos? Filhos? Seus pais são vivos ainda? Nada disso importa ao noticiário. Nada disso mudou a queda do fio. A morte, e custamos a admitir isso, não é apenas o fim da vida. É uma brutal constatação da indiferença à vida.

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