quinta-feira, 12 de março de 2015

Subconsciente

Vou casar em um mês. Não vejo a hora de voltar para a cidade. Este trabalho é bom, mas ficar muito tempo longe de casa é estranho. Ainda mais agora, que arrumamos uma cahorrinha nova. É tão pequena, aquela raça minúscula, que late estridentemente quando vê a gente. Dá última vez que apareci ela fez xixi de alegria. Ainda bem que nós, humanos, não somos assim. Minha noiva disse que a cachorrinha não havia feito isso para ninguém. Será que ela já consegue me reconhecer? E a Bruna quer ter filhos. Eu iria deixar para daqui quatro ou cinco anos, mas ela está cada vez mais ansiosa. Achei que esta urgência fosse só da família, mas é dela também. Quem mandou namorar um cara mais novo? Imagino que depois as preocupações vão se alterar. Hoje eu penso na minha vida. O dinheiro que vai sobrar para mim. Se troco ou não de carro. Mas, com um filho ou uma filha no mundo, minhas preocupações serão outras. E a escola dela? E comida? E quando precisar de hospital de qualidade? E para fazer a faculdade? E as roupas que vai usar? E os enfeites das festas de aniversário? E a casa em local seguro? Vou casar em um mês, mas ando tentando evitar pensar nisso.

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