Quero ser um intelectual que não consegue emprego em universidade nenhuma para dar aulas. Assim continuo com muito tempo livre para ler os livros que eu quiser, sem me preocupar se eles são mainstream ou se sequer dizem respeito a um mesmo tópico. Vou ler a história da astrologia, depois vou ler livros céticos dizendo que a astrologia não funciona. Meu signo é naturalmente curioso e não dado a preconceitos.
Quero morar ao lado de um barzinho. Um barzinho meio de rock. Meio de jazz. Mas, fundamentalmente pequeno, de segunda categoria e meio espelunquento. Assim eu vou saber que só tem gente legal, e não essa gente tosca que frequenta os lugares pra ficar bem na fita, pra poder dizer que foi em lugares legais. E, mais que isso, vai ser um barzinho tão baixo nível que, quando eu montar uma banda, vão deixar a gente tocar lá.
Quero ter uma banda. Dessas que não tem ambinção nenhuma. Pra curtir. Pra sermos tiozões vovôs que não ficam em casa. Vou ser um vô descolado. Se tiver filhos. Se tiver netos. Se não, vou ser só descolado mesmo, que já tá de bom tamanho.
Vou ser um fotógrafo. Desses que ninguém conhece. Porque ninguém compra minhas fotos. Porque eu não vendo minhas fotos. Porque estou sempre andando por aí com uma máquina ocupado em fazer alguma coisa diferente. Que não segue um projeto específico.
Vou ser um amante apaixonado. Como fui há alguns anos. Hoje, sei lá, estou numa entre-safra de sentimentos e impulsos.
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