Eu gostava de conversar com você. Uma mulher inteligente. Entendia minhas piadas. Tudo bem que não ria de muitas delas, porque sua seriedade sempre foi um tanto quanto diferente da minha. Mas só o fato de sempre entendê-las já era sublime. Não vou cair no machismo idiota de falar que é difícil encontrar mulheres que entendam boas piadas. A verdade é que é difícil encontrar seres humanos nessa condição. Não importa muito o sexo ou a falta dele.
Eu gostava de entrar no mar com você. Puxar seu corpo contra o meu e acariciá-lo, apertá-lo, por sobre a textura do maiô. Me deixava excitado. Contente. Era bom te beijar contra os golpes das ondas salgadas.
Mas você foi a minha primeira depressão sexual. Até você, eu achava que era completa frescura das pessoas essa coisa de priorizarem demais sexo em uma relação. Sexo é sexo, ora essa. Por que é que iria importar tanto? Mas quando transávamos você era... a mesma de sempre. Não mudava a voz. Não tinha um olhar mais delicado. Era objetiva como se estivese dirigindo a construção de um arranha-céu. Hoje, lembrando disso e refletindo sobre o assunto, resolvi cunhar um termo para o que você nunca teve: uma Persona Erotika. Aquela pessoa que você assume ser na cama, na hora de transar. No seu caso, era a mesma pessoa de sempre. Que tragédia, que tragédia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário